Existem amores que não
conseguimos ter a clareza de quando começaram, mas sabemos que nunca
vão ter fim. Mesmo que, carnalmente nunca nos venha-mos a pertencer.
Porque existe um mundo lá fora que nos chama. Um mundo que não
para, para saltarmos fora. Um mundo que é teu e que eu não faço
parte e um mundo que é meu e tu nunca farás parte.
A nosso favor temos o
verdes dos nossos olhos, que fantasiam até com um pequeno suspiro de
cansado. O verde que nos junta, também é o verde que nos separa. O
verde que dá cor ao nosso mundo. Um mundo que desenhamos e
continuaremos a desenhar, a verde e amarelo, a cor dos nosso cabelos,
que também já começam a estar pintados de branco. Branco como a
pureza deste amor, platónico que foi crescendo a cada dia que passa.
Nunca houve beijos, nunca houve um abraço, nunca houve um ato
carnal. Mas mesmo assim, e passado cinco anos, parece que a chama não
esmorece.
Já nos chateamos, já
juramos que nunca mais nos iríamos falar. Já pedi, sem tu sonhares,
para não trabalhar diretamente contigo. E foi cedido esse desejo.
Mas existe sempre uma coisa que fica, a saudade. Esta saudade
pintadas das cores que já inventamos, de todos os sorrisos
trocamos, de olhares escondidos e até explícitos. Esta saudade que
fica sempre e que nos faz voltar sempre atrás,
Porque a única maneira
de matar a saudade, e, a falta que nos fazemos. É conversar, como
se o mundo acabasse amanhã. Como duas crianças, que pensam, ter
descoberto o maior e melhor tesouro do mundo. É nesta altura que nos
perguntamos, como e quando é que isto irá acabar um dia. Porque o
verde dos nossos olhos, vê saudade a cada distância que tentamos
criar.
Da tua eterna apaixonada!